segunda-feira, 19 de julho de 2010

Matéria - Jornalista X Assessor

JORNALISTA X ASSESSOR
Ódio e Amor no mesmo lado da notícia


Letícia Richter

Sim é verdade, o convívio entre jornalista e assessor chega ao ponto do ódio e amor, é como um relacionamento onde cada um quer mostrar supremacia. O fato mais engraçado é saber que um depende do outro, pois o assessor da sugestão de pauta, e o jornalista transmite essas notícias à sociedade, através de veículos impressos, eletrônicos ou on-line.

Para entender o assunto, relação entre jornalista e assessor, gerou-se um debate sobre o “Relacionamento Profissional na Mídia”. Contamos com os convidados Jader Rocha, fotógrafo da Caras e colunista do Jornal Estado do Paraná; Laura Fagundes, coordenadora da Caras Sul; Luiza Xavier, da Folha de Londrina; Camila Turtelli, colunista do Jornal Bom Dia Bauru; e Cristino Freitas, da Gazetinha.

Durante a discussão, cada um apresentou sua visão de como é seu relacionamento com os assessores, comentando os fatos e necessidades que poderiam ajudar nessa convivência. No início do debate deu vontade de sair, pois percebi o ódio que sentem muitas vezes do assessor. Identifiquei que os jornalistas não abrem espaço aos assessores, e não tentam tornar a convivência nada agradável entre ambos.

Para os convidados muitas vezes os assessores acabam importunando o jornalista, devido aos emails, ligações, confirmações de eventos, entre outros, em horários inadequados. Luiza Xavier acredita que os emails e telefones em excesso pode atrapalhar o raciocínio do jornalista, que correm contra o tempo do fechamento de sua editoria. Um telefonema num momento desses é considerado chato e acaba tirando a atenção do jornalista, e gera uma não credibilidade do assessor. De outro lado, alguns assessores fazem malas diretas com emails da pauta, acreditando que assim alguma mídia pautará a matéria enviada. O correto seria direcionar ao responsável pela editoria de interesse, e somente as mídias relevantes ao assunto.

Laura Fagundes, revista Caras Sul, critica os assessores que utilizam seu trabalho para vender a marca da empresa, pois passam a observar mais o lado comercial, do que o institucional. Na verdade um assessor não tem por função substituir o marketing de seu cliente, mas sim auxiliar está empresa a aparecer jornalisticamente na mídia, além é claro, do setor de comunicação fortalecer a divulgação da organização.

O único fotógrafo no debate, Jader Rocha, direcionando o tema ao envio de fotos das assessorias de imprensa. Ele reclama que na maioria dos casos é enviado foto que não corresponde ao tema, ou ainda, entrevistado querendo tirar fotos em locais que aparece a logo da empresa. Segundo Rocha as fotos devem seguir o padrão do veículo de comunicação, cabendo ao assessor orientar seu porta-voz, para que gafes como essas não aconteçam.

No final pudemos destacar, segundo os convidados, algumas qualidades, necessidades e funções de um bom assessor, como: mandar pautas para ajudar; estar sempre disponível quando necessário se comunicar, independente do horário; saber direcionar o foco da matéria; auxiliar o porta-voz da empresa; saber se o que esta enviando é notícia realmente; e explorar melhor os blogs e sites.

Acredito que deva existir uma parceria entre assessor e repórteres, de forma a cada um respeitar o espaço alheio e se ajudarem. Esta parceria seria agradável a comunicação, e principalmente ao cidadão, que sairia ganhando no conteúdo da notícia. Dessa forma, o jornalista saberia que quando necessário poderia contar com o assessor, e vice e versa. Estes detalhes podemos considerar eternamente em nossa profissão, basta aproveitarmos as dicas e construímos uma imagem funcional ao seu trabalho, de assessor de imprensa.

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